Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Guarabira
Secretário da CNBB - Regional Nordeste 2
O serviço da caridade é
importante para a Igreja. O Papa Bento XVI tem indicado à Igreja a caridade
como caminho principal para exprimir ao mundo a natureza da Igreja. Na sua primeira
Encíclica “Deus caritas est” fala que o Código de Direito Canônico não trata
explicitamente da caridade como de responsabilidade específica da missão do
Bispo (cf. DCE, 32). Esta lacuna foi preenchida com a publicação do Motu
Próprio “Intima Ecclesiae Natura” sobre o serviço da caridade, no dia primeiro
de dezembro de 2012, fornecendo normas que sirvam para um ordenamento das
diversas formas de organismos na Igreja a serviço da caridade. Este serviço
constitui uma expressão da “natureza íntima da Igreja”, assim como a
proclamação da Palavra de Deus e a Celebração dos Sacramentos (DCD, 25). Sendo
assim, é de responsabilidade do Bispo, como sucessor dos apóstolos, a realização
na Igreja do serviço da caridade. Daí uma atenção particular à promoção deste
serviço a nível diocesano e paroquial, garantindo a comunhão e o diálogo entre
os diversos organismos caritativos. Que todas as Paróquias tenham o serviço da
caridade. As atividades de caridade social sejam acompanhadas de perto, civil e
canonicamente legais e compatíveis com a doutrina da Igreja Católica. É missão
da Igreja viver no amor de Deus e na sua bondade. Deus é caridade, porque é
único, e, contudo, não está sozinho. Ele é Pai e Filho e Espírito Santo. Estas
pessoas divinas se amam e se doam reciprocamente. Para uma comunidade cristã a
atenção pelos necessitados e sofredores não é uma atividade acessória à ação da
Igreja, mas é essencial. É necessária a formação do bispo para não se cansar de
fazer da ação pastoral uma atividade caritativa. Como a formação dos fiéis,
para que vivam a caridade e conheçam cada vez mais o mistério de Cristo, modelo
de amor. Esse Motu Próprio sobre o serviço da caridade, promulgado no Ano da Fé,
nos recorda que a fé sem obras é morta, e sem a fé as obras perdem o seu
sentido profundo. Sem esquecer que o serviço da caridade na Igreja é um grande
meio de evangelização. Que a Igreja possa resplandecer o rosto de Cristo, luz
dos povos, da qual ela é apenas reflexo. É preciso praticar a caridade e por
ela expressar o amor de Deus no mundo. A Fé e a Caridade são inseparáveis. Deus
pede sempre a nossa livre adesão à fé, que se exprime no amor para com Ele e
para com o próximo. Que o Natal seja vivido com fé, na caridade, não só
como uma festa exterior, mas como a Festa do Filho de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário