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quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Concílio Vaticano II: 50 anos depois


Artigo


Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo Diocesano de Guarabira
Secretário da CNBB Regional Nordeste 2



Realizou-se na Diocese de Guarabira, em Santa Fé, nos dias 26 e 27 de abril de 2013, o “estudo sobre o Concílio Vaticano II: 50 anos depois” para o Clero, os religiosos(as) e um momento para os(as) leigos(as), assessorado pelo Arcebispo Emérito da Paraíba e Padre Conciliar, Dom José Maria Pires. O Estudo se insere dentro das comemorações dos 50 anos do Concilio Vaticano II e o “Ano da Fé”, cujo objetivo é redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. O Papa João XXIII fixou o início do Concílio Vaticano II no dia 11 de outubro de 1962, dia da festa da Maternidade Divina de Maria, colocada nesse dia, em 1931, pelo Papa Pio XI, título reconhecido pelo Concílio de Éfeso, há mil e quinhentos anos, no ano de 431, para expressar a união indissolúvel de Deus e do homem em Cristo. O Papa João XXIII confiou a grande assembleia eclesial, por ele convocada, à bondade materna de Maria e ancorar firmemente o trabalho do Concílio no mistério de Jesus Cristo.  O Papa Bento XVI, no início do jubileu áureo do Concílio, em 2012, testemunhou: “foi impressionante ver os bispos provenientes de todo o mundo, de todos os povos e raças: uma imagem da Igreja de Jesus Cristo que abraça todo o mundo, na qual os povos da terra se sentem unidos na sua paz. Foi um momento de expectativa extraordinária pelas grandes coisas que deviam acontecer. Os concílios anteriores tinham sido quase sempre convocados para uma questão concreta à qual deviam responder; desta vez, não havia um problema particular a resolver. (...) João XXIII convocara o Concílio sem lhe indicar problemas concretos ou programas. Foi esta a grandeza e, ao mesmo tempo, a dificuldade da tarefa que se apresentava à assembleia eclesial”. João Paulo II, em 1981, escrevia: "Todo o trabalho de renovação da Igreja, que o Concílio Vaticano II providencialmente propôs e começou – renovação que deve ser, ao mesmo tempo, “atualização” (aggiornamento) e consolidação no que é eterno e constitutivo para a missão da Igreja – não pode realizar-se a não ser no Espírito Santo, ou seja com a ajuda da sua luz e do seu poder”. Depois de 50 anos, não podemos deixar de constatar o cumprimento da promessa feita por Deus à Igreja, pela boca de seu humilde servo, o beato João XXIII. Se nos parecer exagerado falar de um novo Pentecostes, diante de todos os problemas e conflitos que surgiram na Igreja depois e por causa do concílio, o que temos a fazer é reler os Atos dos Apóstolos e observar que os problemas e disputas já ocorreram após o primeiro Pentecostes. E não menos acalorados que os de hoje! “Em Cristo, e à luz do Concilio Vaticano II e com a força e a graça do Espírito Santo, renovaremos, mais uma vez, nossa adesão a Cristo, à Igreja e ao Papa. Fortaleceremos nosso compromisso constante, apoiados pela Santíssima Virgem Maria, de entregar até a última gota de nossas vidas ao serviço do Evangelho, através de um esforço contínuo para transformar a sociedade e conduzi-la a Cristo, renovando a fé de seus seguidores e mostrando a beleza do cristianismo a todas as nações”. Com o Concílio Vaticano II, a Igreja abriu-se a uma transformação que ainda está em curso.


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