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quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Papa Francisco celebra a memória de Santo Inácio de Loyola


Por ocasião da festa de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, e que se celebra liturgicamente no dia 31 de Julho, o Papa Francisco celebrou na manhã desta quarta-feira, com os Jesuítas, a santa Missa na Igreja del Gesù, em Roma. Foi uma Missa celebrada em forma privada, como aquelas na Capela da Casa Santa Marta. Devido a Memória de Santo Inácio de Loyola, recordamos da entrevista realizada com os jornalistas no avião, durante a sua viagem de regresso do Rio de Janeiro para Roma, à pergunta se ainda se sente jesuíta, o Papa Francisco respondeu:


"É uma pergunta teológica, porque os Jesuítas fazem voto de obediência ao Papa Mas se o Papa é um Jesuíta, talvez deve fazer voto de obediência ao Supeiro Geral dos Jesuítas ... Eu não sei como se resolve isso ... Eu me sinto Jesuíta na minha espiritualidade; na espiritualidade dos Exercícios, a espiritualidade, aquela que trago no coração. Tanto é que daqui a três dias irei festejar com os Jesuítas a festa de Santo Inácio: celebrarei a Missa de manhã. Não mudei de espiritualidade, não. Francisco, franciscano: não. Sinto-me Jesuíta e penso como Jesuíta. Não hipocritamente, mas penso como um Jesuíta

Dom Lucena participou dos 30 anos da Pastoral da Criança


De 28 de julho a 2 de agosto, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a Pastoral da Criança realiza o Congresso Nacional comemorativo aos seus 30 anos. Reúne cerca de quinhentos participantes, entre coordenadores da Pastoral nos estados, setores e núcleos, além da equipe nacional, assessores técnicos, palestrantes e outros convidados. Na abertura do evento, no último domingo, a atual coordenadora nacional, irmã Vera Lúcia Altoé, destacou a relevância da celebração. “Este é um momento histórico para partilhar experiências, animar na missão, traçar metas e prioridades para os próximos anos”. O tema central do congresso “A criança como prioridade absoluta” foi exposto pelo médico Nelson Arns Neumann, coordenador nacional-adjunto e coordenador da Pastoral da Criança Internacional.  A Diocese de Guarabira está presente através da Coordenadora Diocesana Ir. Maria de Lourdes (Ir. Lourdinha) e Ir. Irma. Dom Lucena participou no dia 29, às 16h, da Missa festiva e, às 19h, da Sessão Solene no Centro de Eventos do Santuário de Aparecia(SP). 

Entrevista do Bispo Diocesano de Guarabira encerra cobertura da JMJ feita pela Rádio Rural e Portal Nordeste1


O Bispo Diocesano de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, atendeu na manhã desta segunda-feira (29), a equipe formada por Digenilson Silva e Tony Souza, que representaram a Rádio Rural e o Portal Nordeste1 na histórica cobertura da Jornada Mundial da Juventude realizada no Rio de Janeiro. Na oportunidade, Dom Lucena avaliou o evento, falou sobre a participação dos padres e jovens da Diocese e também comentou a repercussão da postura de humildade do Papa Francisco.

Dom Lucena ressaltou que dentre as mensagens transmitidas pelo Papa, a necessidade de renovação na sociedade e na Igreja foram evidenciadas e acolhidas por todos os participantes da JMJ. Lembrou que a Igreja acredita na juventude e que os jovens estão atentos também a mensagem do evangelho. Ainda sobre o Papa Francisco, Dom Lucena, disse que os gestos do santo padre servem de exemplo de humildade e serviço pelas famílias. O Bispo avaliou que a primeira viagem internacional do Papa Francisco serviu para mostrar ao mundo o jeito simples e acessível do líder maior líder católico, que ainda segundo o Bispo, traz experiência pastoral para a vida da Igreja.

O Bispo falou com alegria da participação dos sacerdotes e jovens da Diocese de Guarabira, que enfrentaram as dificuldades de transporte, clima e acomodações para vivenciar a Jornada e disse que incentivará para que a Diocese também se faça presente na próxima JMJ, anunciada para a Polônia.

Dom Lucena conclui declarando satisfação ao citar o trabalho jornalístico feito pela Rádio Rural e pelo Portal Nordeste1, inclusive, lembrando que acompanhou as imagens e viu o vídeo de uma das passagens do Papa postado com exclusividade no site e aproveitou para convidar os jovens para a Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) que acontecerá no dia 13 de Outubro, na Pedra da Boca, em Araruna. Com a entrevista foi concluído os trabalhos dos enviados da Rádio Rural e do Portal Nordeste1 para a realização do evento que já é considerado o maior encontro de visitantes na histórica turística do país.

Fonte: Portal Nordeste 1


Frei Fernando Rossi morre aos 95 anos em Palmeira dos Índios, em Alagoas


O Frei Fernando Rossi, conhecido por acompanhar Frei Damião em suas peregrinações pelo Nordeste, faleceu, na tarde deste domingo (28), no Hospital Regional Santa Rita, em Palmeira dos Índios. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde a noite da quinta-feira (25), devido às complicações de saúde provocadas por problemas cardíacos.

Com 95 anos de idade e vivendo há 16 anos na Vila São Francisco, povoado do município de Quebrangulo, interior de Alagoas, o Frei Fernando Rossi foi a óbito, segundo o laudo médico, após apresentar complicações devido a uma doença pulmonar obstrutiva crônica e infecção generalizada.


O corpo do Frei Fernando, que nasceu na Itália em 20 de julho de 1918, foi liberado e seguirá para Vila São Francisco, onde será velado e sepultado, segundo nota oficial emitida pela Província Nossa Senhora da Penha do Nordeste do Brasil, ordem a qual o religioso era vinculado.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Semana Nacional da Família


A Diocese de Guarabira, em comunhão com toda Igreja, estará atenta à Semana Nacional da Família, a qual, tem por tema deste ano “A Transmissão e Educação da Fé Cristã na Família” considerando, especialmente, a responsabilidade dos pais.
A Revelação cristã conhece dois modos específicos de realizar a vocação da pessoa humana na sua totalidade ao amor: o Matrimônio e a Virgindade. Quer um quer outro, na sua respectiva forma própria, são uma concretização da verdade mais profunda do homem, do seu “ser à imagem de Deus”. (Familiaris consortio)






Abaixo programação diocesana:


SETOR FAMÍLIA – DIOCESE DE GUARABIRA

ENCONTRÃO DIOCESANO DA FAMÍLIA
Local: Ginásio do colégio Estadual
Data: 18 de Agosto de 2013


TEMA CENTRAL: “A TRANSMISSÃO E EDUCAÇÃO DA FÉ CRISTÃ NA FAMÍLIA”

Programação:

07h30 - Inscrições
08h00 – Acolhida e animação
08h15 – Apresentação das Áreas
08h20 – Oração – Adoração
09h20 – Mensagem do Setor Família
10h00 – Palestra: “A transmissão e educação da fé cristã na família”Inaldo
11h00 – Deslocamento para as Oficinas
11h15 – Oficinas
12h15 – Almoço
13h15 – Momento de Animação
13h40 – Apresentações (Jovens e Crianças)
14h40 – Mística – compromisso assumido a partir das oficinas
15h00– Caminhada para a Catedral
16h00– Santa Missa

Temas:

01 – Eis-me aqui, envia-me (Is 6, 8) – Padre Roberivaldo
02 – Pai e mãe – primeiros e autênticos transmissores da Fé – Joaquim e Flaviana
03 – Matrimônio e família – Projeto de Deus – Milton e Lourdes
04 – Drogas na família, como superar?Guia
05 – Casais em segunda união e a Fé Cristã – Monsenhor Nicodemos
06 – Direitos dos Nascituros – Leo e Graças
07 – A Família e o Idoso – Penha Pontes
08 – A violência na família – Maria da Luz
09 – A Família e a Mídia - Jacson
10 – Meio Ambiente – Criação de Deus ameaçada – José Camêlo
11 – A família nos documentos da Igreja – Padre Joanderson




Reunião da CELAM


O Comitê de Coordenação da CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) está reunido a partir desta segunda-feira, 29 de julho, no Rio de Janeiro, após as atividades da JMJ Rio 2013. A reunião tem como objetivo implementar a decisões tomadas durante a 34º Assembleia Ordinária da CELAM que coordena o trabalho de 22 Conferências Episcopais, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O Comitê de Coordenação da CELAM é composto por cerca de 45 bispos, e terá a sua sessão de trabalho de segunda-feira, 29 de julho e prossegue até a terça-feira, 2 de agosto. O atual presidente é dom Caros Aguiar Retes, arcebispo de Tlalnepantla (México), que preside o organismo desde 2011.

No domingo, 28 de julho, antes de retonar a Roma, o Papa Francisco falou aos bispos do CELAM durante uma cerimônia no Auditório do Centro de Estudos de Sumaré, enfatizando a necessidade de uma renovação da Igreja em suas estruturas. "Toda a projeção utópica (para o futuro) ou restauracionista (para o passado) não é do espírito bom. Deus é real e se manifesta no hoje”. Disse ainda, que “o perfil do bispo deve ser de pastores, próximos das pessoas, homens que amem a pobreza, quer a pobreza interior como liberdade diante do Senhor, quer a pobreza exterior como simplicidade e austeridade de vida. Homens que não tenham ‘psicologia de príncipes”, sugeriu o Papa Francisco.

domingo, 28 de julho de 2013

Papa anuncia próxima Jornada Mundial da Juventude em 2016 em Cracóvia, na Polônia



Após doze anos da última Jornada Mundial da Juventude realizada no país, a Polônia voltará a sediar o maior encontro de jovens do mundo. Desta vez a cidade escolhida é Cracóvia. O anúncio foi feito pelo Santo Padre, Papa Francisco, após a Missa de Envio da JMJ, realizada neste domingo, 28 de julho.
A próxima Jornada Mundial da Juventude será daqui a três anos, em 2016.  Cracóvia tem uma profunda ligação com João Paulo II. O beato que idealizou a Jornada, apesar de ter nascido em Wadowice, mudou-se para Cracóvia com os pais, onde cursou a faculdade. Posteriormente, tornou-se Arcebispo da cidade.

A Jornada Mundial da Juventude acontece anualmente nas dioceses de todo o mundo. A cada dois ou três anos há um encontro internacional dos jovens com a presença do papa. Antes do Rio, Madri havia sediado a última edição da JMJ, em agosto de 2011.

O Papa agradece aos jovens voluntários


O Papa Francisco pediu coragem de "ir contra a corrente" e de "ser felizes" a cerca de 12 mil jovens neste domingo (28) durante encontro com voluntários da Jornada Mundial da Juventude no Riocentro, seu último evento público antes de partir para Roma. E encerrou: "Rezem por mim".
"Não podia regressar a Roma sem antes agradecer, de modo pessoal e afetuoso, a cada um de vocês pelo trabalho e dedicação com que acompanharam, ajudaram, serviram aos milhares de peregrinos, pelos inúmeros pequenos detalhes que fizeram desta Jornada Mundial da Juventude uma experiência inesquecível de fé", afirmou Francisco.

Eu peço a vocês que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem; que se rebelem contra essa cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar a verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. Tenham a coragem de ser felizes!" 

Jovens façam discípulos em todas as nações



O Papa Francisco pediu aos jovens na manhã desta domingo (28) que façam discípulos em todas as nações e transmitam a experiência vivenciada na Jornada Mundial da Juventude a outras pessoas. Ele voltou a dizer que é preciso ir sem medo para servir. "Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes". 

RESUMO DO 7º DIA DA JMJ:


  • Milhares de peregrinos amanheceram na praia, depois de noite tranquila, sem indicentes graves
  • Às 10h, Papa celebrou a Missa de Envio, a última da Jornada Mundial Prefeitura diz que Copacabana recebeu 3 milhões de pessoas na missa
  • Depois da missa, Papa voltou para a residência do arcebispo do Rio, no Sumaré.
  • Papa ainda se encontrará com voluntários da JMJ no Riocentro e depois segue para o aeroporto. Embarque está previsto para as 19h

sábado, 27 de julho de 2013

O Papa Francisco no Teatro do Rio


 O PAPA NO TEATRO DO RIO: "Queria considerar três aspectos deste olhar calmo, sereno e sábio: primeiro, a originalidade de uma tradição cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e terceiro, o diálogo construtivo para encarar o presente."

Excelências, Senhoras e Senhores!

Agradeço a Deus pela possibilidade de me encontrar com tão respeitável representação dos responsáveis políticos e diplomáticos, culturais e religiosos, acadêmicos e empresariais deste Brasil imenso. Saúdo cordialmente a todos e lhes expresso o meu reconhecimento.
Queria lhes falar usando a bela língua portuguesa de vocês mas, para poder me expressar melhor manifestando o que trago no coração, prefiro falar em castelhano. Peço-vos a cortesia de me perdoar!
Agradeço as amáveis palavras de boas vindas e de apresentação de Dom Orani e do jovem Walmyr Júnior. Nas senhoras e nos senhores, vejo a memória e a esperança: a memória do caminho e da consciência da sua Pátria e a esperança que esta, sempre aberta à luz que irradia do Evangelho de Jesus Cristo, possa continuar a desenvolver-se no pleno respeito dos princípios éticos fundados na dignidade transcendente da pessoa.
Todos aqueles que possuem um papel de responsabilidade, em uma Nação, são chamados a enfrentar o futuro "com os olhos calmos de quem sabe ver a verdade", como dizia o pensador brasileiro Alceu Amoroso Lima ["Nosso tempo", in: A vida sobrenatural e o mundo moderno (Rio de Janeiro 1956), 106]. Queria considerar três aspectos deste olhar calmo, sereno e sábio: primeiro, a originalidade de uma tradição cultural; segundo, a responsabilidade solidária para construir o futuro; e terceiro, o diálogo construtivo para encarar o presente.

1. É importante, antes de tudo, valorizar a originalidade dinâmica que caracteriza a cultura brasileira, com a sua extraordinária capacidade para integrar elementos diversos. O sentir comum de um povo, as bases do seu pensamento e da sua criatividade, os princípios fundamentais da sua vida, os critérios de juízo sobre as prioridades, sobre as normas de ação, assentam numa visão integral da pessoa humana. Esta visão do homem e da vida, tal como a fez própria o povo brasileiro, muito recebeu da seiva do Evangelho através da Igreja Católica: primeiramente a fé em Jesus Cristo, no amor de Deus e a fraternidade com o próximo. Mas a riqueza desta seiva deve ser plenamente valorizada! Ela pode fecundar um processo cultural fiel à identidade brasileira e construtor de um futuro melhor para todos. Assim se expressou o amado Papa Bento XVI, no discurso de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Aparecida.
Fazer que a humanização integral e a cultura do encontro e do relacionamento cresçam é o modo cristão de promover o bem comum, a felicidade de viver. E aqui convergem a fé e a razão, a dimensão religiosa com os diversos aspectos da cultura humana: arte, ciência, trabalho, literatura... O cristianismo une transcendência e encarnação; sempre revitaliza o pensamento e a vida, frente a desilusão e o desencanto que invadem os corações e saltam para a rua.

2. O segundo elemento que queria tocar é a responsabilidade social. Esta exige um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política. Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firmes nos valores éticos. O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir. Já no tempo do profeta Amós era muito forte a advertência de Deus: «Eles vendem o justo por dinheiro, o indigente, por um par de sandálias; esmagam a cabeça dos fracos no pó da terra e tornam a vida dos oprimidos impossível» (Am 2, 6-7). Os gritos por justiça continuam ainda hoje.
Quem detém uma função de guia deve ter objetivos muito concretos, e buscar os meios específicos para consegui-los. Pode haver, porém, o perigo da desilusão, da amargura, da indiferença, quando as aspirações não se cumprem. A virtude dinâmica da esperança incentiva a ir sempre mais longe, a empregar todas as energias e capacidades a favor das pessoas para quem se trabalha, aceitando os resultados e criando condições para descobrir novos caminhos, dando-se mesmo sem ver resultados, mas mantendo viva a esperança.
A liderança sabe escolher a mais justa entre as opções, após tê-las considerado, partindo da própria responsabilidade e do interesse pelo bem comum; esta é a forma para chegar ao centro dos males de uma sociedade e vencê-los com a ousadia de ações corajosas e livres. No exercício da nossa responsabilidade, sempre limitada, é importante abarcar o todo da realidade, observando, medindo, avaliando, para tomar decisões na hora presente, mas estendendo o olhar para o futuro, refletindo sobre as consequências de tais decisões. Quem atua responsavelmente, submete a própria ação aos direitos dos outros e ao juízo de Deus. Este sentido ético aparece, nos nossos dias, como um desafio histórico sem precedentes. Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária.

3. Para completar o "olhar" que me propus, além do humanismo integral, que respeite a cultura original, e da responsabilidade solidária, termino indicando o que tenho como fundamental para enfrentar o presente: o diálogo construtivo. Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce, quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia. É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos. Será fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas, que desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da democracia. Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas.
Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo. A única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos. Só assim pode crescer o bom entendimento entre as culturas e as religiões, a estima de umas pelas outras livre de suposições gratuitas e no respeito pelos direitos de cada uma. Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro.
Excelências,

Senhoras e Senhores!
Agradeço-lhes pela atenção. Acolham estas palavras como expressão da minha solicitude de Pastor da Igreja e do amor que nutro pelo povo brasileiro. A fraternidade entre os homens e a colaboração para construir uma sociedade mais justa não constituem uma utopia, mas são o resultado de um esforço harmônico de todos em favor do bem comum. Encorajo os senhores no seu empenho em favor do bem comum, que exige da parte de todos sabedoria, prudência e generosidade.
Confio-lhes ao Pai do Céu, pedindo-lhe, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, que cumule de seus dons a cada um dos presentes, suas respectivas famílias e comunidades humanas de trabalho e, de coração, a todos concedo a minha Bênção.




quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Papa Francisco visita o Hospital de São Francisco

Após visitar o Santuário Nacional de Aparecida, o Papa Francisco foi de helicóptero até a Base Aérea de São José dos Campos, onde embarcou num avião até o Aeroporto Santos Dumont. De lá seguiu em carro fechado – devido à chuva - até o Hospital São Francisco, com a distância de 16 km do aeroporto, onde chegou às 16h20, sendo calorosamente acolhido pelos presentes, entre eles o Secretário da Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Luiz Cortês da Silveira, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, além de autoridades civis e religiosas.

O Santo Padre iniciou seu discurso saudando as autoridades civis e religiosas presentes, assim como os membros da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, médicos, enfermeiros, demais profissionais de saúde e os jovens em recuperação. Após, afirmou que “Deus quis que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para um particular santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis”. E acrescentou:

É bem conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades do mundo para fazer-se pobre no meio dos pobres, entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo a verdadeira riqueza e que estes não dão a verdadeira alegria, mas sim seguir a Cristo e servir aos demais; mas talvez seja menos conhecido o momento em que tudo isto se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um leproso. Aquele irmão sofredor foi «mediador de luz (…) para São Francisco de Assis» (Carta enc. Lumen fidei, 57), porque, em cada irmão e irmã em dificuldade, nós abraçamos a carne sofredora de Cristo. Hoje, neste lugar de luta contra a dependência química, quero abraçar a cada um e cada uma de vocês - vocês que são a carne de Cristo – e pedir a Deus que encha de sentido e de esperança segura o caminho de vocês e também o meu”.

O Papa destacou em seguida a necessidade que todos temos de “aprender a abraçar quem passa necessidade”, citando São Francisco. E observa que no Brasil e no mundo existem tantas situações “que reclamam atenção, cuidado, amor, como a luta contra a dependência química”, denunciando os ‘mercadores da morte’, que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo custo:

A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem. Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro. Precisamos todos de olhar o outro com os olhos de amor de Cristo, aprender a abraçar quem passa necessidade, para expressar solidariedade, afeto e amor”.

O Papa observa, porém, que somente abraçar não é suficiente, mas que “é necessário estender a mão a quem vive em dificuldade, a quem caiu na escuridão da dependência, talvez sem saber como, e que devemos dizer a quem vive nesta situação que é possível sair dela e que a própria pessoa é protagonista deste ato:

Você pode se levantar, pode subir; é exigente, mas é possível, se você o quiser. Queridos amigos, queria dizer a cada um de vocês, mas sobretudo a tantas outras pessoas que ainda não tiveram a coragem de empreender o mesmo caminho de vocês: Você é o protagonista da subida; esta é a condição imprescindível! Você encontrará a mão estendida de quem quer lhe ajudar, mas ninguém pode fazer a subida no seu lugar. Mas vocês nunca estão sozinhos! A Igreja e muitas pessoas estão solidárias com vocês. Olhem para a frente com confiança; a travessia é longa e cansativa, mas olhem para a frente, existe “um futuro certo, que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias”. A vocês todos quero repetir: Não deixem que lhes roubem a esperança! Mas digo também: Não roubemos a esperança, pelo contrário, tornemo-nos todos portadores de esperança!”.

Em seguida o Santo Padre, retoma a parábola do Bom Samaritano, a qual foi objeto de sua reflexão no Angelus do domingo, 14 de julho, que apresenta um homem que foi atacado por assaltantes e deixado quase morto ao lado da estrada. As pessoas passam, olham, mas não param; indiferentes seguem o seu caminho: não é problema delas! Somente um samaritano, um desconhecido, olha, para, levanta-o, estende-lhe a mão e cuida dele, e afirma:

Queridos amigos, penso que aqui, neste Hospital, se concretiza a parábola do Bom Samaritano. Aqui não há indiferença, mas solicitude. Não há desinteresse, mas amor. A Associação São Francisco e a Rede de Tratamento da Dependência Química ensinam a se debruçar sobre quem passa por dificuldades, porque veem nestas pessoas a face de Cristo, porque nelas está a carne de Cristo que sofre. Obrigado a todo pessoal do serviço médico e auxiliar aqui empenhado! O serviço de vocês é precioso! Realizem-no sempre com amor; é um serviço feito a Cristo presente nos irmãos: «Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes» (Mt 25, 40), diz-nos Jesus”.

Ao concluir, o Papa Francisco recorda a todos os que lutam contra a dependência química e aos familiares, a proximidade da Igreja na sua luta, convidando-os a confiar no amor maternal de Maria: 

a Igreja não está longe dos esforços que vocês fazem, Ela os acompanha com carinho. O Senhor está ao lado de vocês e os conduz pela mão. Olhem para Ele nos momentos mais duros e Ele lhes dará consolação e esperança. E confiem também no amor materno de Maria, sua Mãe. Esta manhã, no Santuário da Aparecida, confiei cada um de vocês ao seu coração. Onde tivermos uma cruz para carregar, ao nosso lado sempre está Ela, nossa Mãe. Deixo-os em suas mãos, enquanto, afetuosamente, a todos abençoo”.

Por fim, a visita é encerrada com uma oração, onde todos recebem a bênção do Sumo Pontífice, que deixou o local, às 19h40.

O Papa Francisco visita o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.



No terceiro dia em terras brasileiras, o Papa Francisco deixou a residência arquidiocesana do Sumaré, no Rio de Janeiro, onde se encontra hospedado, para visitar o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida-SP, padroeira do Brasil.

Ao chegar ao Santuário, em meio a manifestações de grande entusiasmo e afeto, o Santo Padre foi calorosamente acolhido pela multidão de fiéis e peregrinos que o aguardavam, muitos dos quais já se encontravam no local desde ontem à espera do Sucessor de Pedro. Passando em meio ao povo Papa Francisco se dirigiu ao lugar onde é custodiada a pequena imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, e ali recitou uma oração de agradecimento à Virgem Mãe Aparecida. E em seguida dirigiu-se a sacristia, onde paramentou – se para celebrar a Santa Eucaristia.  

No início da Missa o Arcebispo de Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, dirigiu uma saudação ao Papa.

Após expressar a grande satisfação por acolher o Sucessor de Pedro e aludir à devoção dos milhares de romeiros que peregrinam para este lugar abençoado pela imagem milagrosa encontrada no rio Paraíba em 1717, disse o purpurado:

Este Santuário é um importante “ícone” religioso nacional. Ao visitá-lo, podemos dizer que, simbolicamente Vossa Santidade está visitando todo o Brasil. É uma visita de peregrino, com a qual Vossa Santidade quis confiar a Nossa Senhora o grande acontecimento dos próximos dias, que é a 27ª Jornada Mundial da Juventude. Todos nós nos unimos a esta oração, para que o encontro da juventude com o Sucessor de Pedro fortaleça a fé e o amor de nossos jovens a Jesus Cristo e suscite em todos eles aquele ardor missionário que se traduz no lema da Jornada: “ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19)."

Depois de recordar a visita ao Santuário feita pelos papas João Paulo II (1980) e Bento XVI (2007), Dom Raymundo falou sobre a réplica da Imagem de Nossa Senhora de Aparecida que em seguida lhe entregaria referindo-se ao fato de a cor negra da pequena imagem ser interpretada como uma referência aos sofrimentos dos pobres e excluídos, "especialmente do povo negro, ao longo da história do Brasil".

 O Papa Francisco, ao iniciar a homilia, referiu-se à sua visita à Basílica de Santa Maria Maior, no dia seguinte ao da sua eleição como Bispo de Roma, para confiar a Nossa Senhora o seu ministério de Sucessor de Pedro.

Logo após, o Papa disse ter ido a Aparecida para "suplicar a Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano".

O Santo Padre expressou sua experiência vivida seis anos atrás em Aparecida:

"Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria."

Em seguida, o Santo Padre acentuou três importantes posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

"Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade. Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo de que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã."

Na segunda postura, recorda que devemos "Deixar-se surpreender por Deus". Quem é homem e mulher de esperança "sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende".

Em seguida, referindo-se à pesca milagrosa da Aparição da imagem de Nossa Senhora nas águas do rio Parnaíba, o Papa Francisco observou:

"Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota."

"Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele", continuou.

Referindo-se à terceira postura, "Viver na alegria", disse:

"Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861)."

O Santo Padre concluiu sua homilia referindo-se às palavras de Maria "Fazei o que Ele vos disser", dizendo que nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! "E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria".
Durante a celebração o Santo Padre doou um cálice ao Santuário, e antes da Bênção final consagrou seu Pontificado à Virgem. Após a missa, fez uma saudação aos milhares de fiéis e peregrinos que se encontravam do lado de fora do Santuário.


O Papa despediu-se surpreendendo a todos ao anunciar que em 2017 voltará ao Brasil, por ocasião dos 300 anos da pesca milagrosa na qual foi pescada a pequena imagem da Virgem Maria, que, justamente, foi chamada de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Com a visita a Aparecida introduzida na programação por sua expressa vontade, o Papa quis confiar a Nossa Senhora o bom êxito desta JMJ e a ela consagrar o seu Pontificado. 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

VI Congresso Regional de Humanização e Pastoral da Saúde



O congresso tem o objetivo de reunir agentes de pastoral e profissionais de saúde para debater e apresentar propostas relevantes na área e ajudar na organização e criação da Pastoral da Saúde nas dioceses do Regional Nordeste 2 da CNBB . Este ano o evento tem sua temática voltada para o Meio Ambiente e conta com a participação de vários palestrantes e conferencistas renomados no cenário nacional quando o assunto é saúde. 

 O VI Congresso Regional de Humanização e Pastoral da Saúde acontece de 26 à 28 de julho de 2013 no Santuário dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, Caxitu – Conde/PB, com tema Pastoral da Saúde e o Meio Ambiente e lema Ser Agente de Transformação no Mundo Rural e Urbano. Realizado pela Pastoral da Saúde Ne 2 e Pastoral da Saúde da Paraíba.

Encontrão Diocesano de Catequistas




Abertura da JMJ/Rio2013



A Jornada Mundial da Juventude, Rio 2013, foi aberta oficialmente nesta terça-feira na Praia de Copacabana, numa Missa presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Sete Bispos auxiliares e cerca de 1.500 religiosos, entre Cardeais, Bispos e Sacerdotes acompanharam o Arcebispo na celebração. Uma mensagem do Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, saudando os jovens, concluiu a celebração.

Um pouco antes do início da Celebração, foi anunciada oficialmente a Abertura da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Um belo espetáculo de luzes e cores, mas especialmente de jovens de todos os continentes presentes no palco, recebeu os símbolos da Jornada Mundial da Juventude a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, ao som do clássico hino Emanuel, da JMJ 2000, realizada em Roma.

A Missa, que iniciou às 17h50, sob uma temperatura de 19°C, teve a Primeira Leitura feita em espanhol, o Salmo e o Evangelho em português e a Segunda Leitura em inglês. Dom Orani, após saudar os presentes, leu as intenções da missa, voltadas às diversas dificuldades e desafios vividos pelos jovens.

Na homilia, Dom Orani Tempesta recordou que “a Arquidiocese do Rio de Janeiro acolheu com responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento XVI, ao final da Missa de Madri em agosto de 2011”, a quem agradeceu a escolha e as orientações. Após acrescentou:

No entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós o acolheremos solenemente aqui, nesse mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro Papa latino-americano da história pisou como Sumo Pontífice o solo da América Latina neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias”.

Dom Orani salientou que nestes dias “o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem” e que a felicidade do encontro de jovens de tantas partes do mundo “nos fortalece e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas as nações. 


Abaixo Homilia 

Eis, na íntegra a homilia de Dom Orani João Tempesta:

Queridos jovens!
Distintas autoridades eclesiásticas, civis e militares!
Todas nomeadas pelo protocolo inicial.
Amado Povo de Deus!
Estamos iniciando a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013! Sejam todos bem-vindos! Esta cidade maravilhosa tornou-se ainda mais bela com a presença de vocês! Uma grande alegria nos invade: vocês estão aqui! Vieram de todos os lugares da Terra! Durante estes dias, aqui será a casa de todos vocês! Vocês estão fazendo parte de nossa família neste belo e importante momento da história!
A todos os que chegam cansados pela demora da viagem ou da caminhada: este tempo é de estar com o Senhor Jesus Cristo para viver como seu discípulo. Esta nossa experiência terá como consequência o entusiasmo missionário! Ir e fazer discípulos! Esta Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro acolheu com grande responsabilidade a escolha feita pelo Papa Bento XVI, hoje emérito, anunciada ao final da Missa em Madri em agosto de 2011. Agradecemos a ele pela escolha e pelas orientações, pelo tema da JMJ e incentivo.
No entanto, providencialmente, esta Jornada estava destinada a ser uma Jornada que, pela segunda vez, ao retornar à América Latina depois de 26 anos, pudesse ser o lugar de acolhida da primeira viagem apostólica do primeiro Papa latino-americano da história, o Papa Francisco, que veio para presidir este belo e importante momento da vida da Igreja nessas terras de São Sebastião. Nós o acolheremos solenemente aqui, neste mesmo local, na próxima quinta-feira. O primeiro Papa latino-americano da história pisou, como Sumo Pontífice, o solo da América Latina, neste Santuário Mundial da Juventude em que se transformou esta cidade nestes dias.

Nesta semana, o Rio se torna o centro da Igreja, viva e jovem. Todos os caminhos para cá nos conduzem. Vocês vieram de diferentes partes do mundo para juntos partilharmos a fé e a alegria do discipulado. Esta felicidade nos fortalece e nos convida a ir ao encontro dos demais jovens, a fazer-nos missionários em todas as nações. O melhor presente a darmos às outras pessoas é a presença de Cristo, que nos preenche e nos impulsiona a amar e a nos doar, sempre no diálogo fraterno.
Aqui chegamos, também, depois de quase dois anos de peregrinação dos símbolos da JMJ pelo nosso país: a cruz da juventude e o ícone de Nossa Senhora, que agora estarão presentes em nossos atos centrais. Quando esses símbolos nos foram entregues em Madri, na Espanha, em agosto de 2011, a comoção tomou conta da juventude do nosso país, que, com entusiasmo, acolheu-os em suas comunidades durante esse tempo.
Temos conosco, espalhadas pela cidade, muitas relíquias dos santos patronos e intercessores da JMJ, recordando que em todas as épocas e locais do mundo temos jovens que se santificaram. Estão conosco, também, parentes dessas pessoas que são exemplo de vida cristã e que rezam conosco pela juventude hodierna.
O entusiasmo juvenil por todos os cantos demonstram o rosto do jovem cristão, que procura unir o testemunho de uma vida autenticamente cristã com as consequências sociais do Evangelho.
Somos chamados a ser protagonistas de um mundo novo. Tenho certeza de que vocês farão isso em suas cidades e seus países. O mundo necessita de jovens como vocês!
Acabamos de ouvir o Evangelho, no qual Jesus chama Mateus para o discipulado. E, ao chamá-lo, anuncia que Ele veio justamente para que os pecadores experimentem a misericórdia. Veio para nós que estamos entre os povos chamados à obediência da fé, conforme nos fala Paulo na carta aos Romanos. “Recebemos a graça da vocação para o Apostolado, nós que fomos chamados a ser discípulos de Jesus Cristo, amados de Deus e santos por vocação.
A primeira leitura, juntamente com o salmo, nos indica que a nossa resposta deve ser de prontidão, – dizendo: Eis-me aqui! Aqui estou! Fala que teu servo escuta! Pois viemos para fazer, com prazer, a vontade do Senhor (Sl 39/40).
É esta expressão bíblica que gostaríamos que estivesse nos lábios e corações de vocês hoje e sempre: Eis-nos aqui, Senhor! A exemplo de Mateus, também estamos prontos para as consequências do SIM a Deus, cheias de desafios e alegrias.
Foi a chamada d’Ele que nos uniu nesse cenário maravilhoso da praia, que recebe este nome por causa da inicial devoção a Nossa Senhora de Copacabana, sob o Cristo Redentor com Seu abraço acolhedor. Este mar, a areia, a praia e a multidão fazem lembrar a vocação dos outros discípulos, além de Mateus. Esse cenário nos remete aos barcos deixados na praia por aqueles que foram chamados por Jesus para segui-lo. Hoje, também nós somos chamados para seguir a Cristo Ressuscitado.
O Mestre Jesus nos convida para um mergulho em águas profundas, as águas do nosso batismo. E este bonito encontro internacional está justamente no coração do Ano da fé, tempo propício para renovar nossos compromissos assumidos na comunidade cristã. Somos chamados a viver profundamente a fé nesse tempo plural e de tantos questionamentos, nessa mudança de época, mas com o entusiasmo e a coerência de quem se deixa conduzir pela ação do Espírito Santo.
Refletindo sobre a resposta de Mateus a Jesus, ouvimos que, quando nos levantamos para responder positivamente ao Mestre, Ele vem cear em nossa casa e transforma nossa vida. Para Samuel, na primeira leitura, o chamado parecia um sonho, mas com a ajuda de um companheiro ele conseguiu discernir que a voz era de Deus, era real. O caminho missionário exige discernimento, utopia, sonho, mas também o auxílio de alguém ao nosso lado que nos ajude a reconhecer a voz de Deus. Como Paulo, somos servos de Cristo, apóstolos por vocação e escolhidos para o evangelho de Deus!
Queridos jovens, nossa Arquidiocese sentiu-se chamada por Deus para acolher vocês. Todos nós respondemos assim como Samuel, Paulo e Mateus: Eis-nos aqui! Aqui estamos! Nossas paróquias, famílias, escolas, pastorais, associações, movimentos, grupos de serviços. As nossas casas são as vossas casas! Existe uma revolução de amor neste momento: o outro é Cristo para nós! O outro é nosso irmão! Que isso ressoe pelo mundo! Somos chamados a viver construindo um mundo de irmãos! Queremos que todos e cada um se sintam acolhidos no abraço de Cristo, que chama a todos para estarem com Ele na construção do Reino de Deus. Vamos juntos?
Cristo nos convida: venham, meus amigos! Vamos com Ele nas pegadas do sucessor de Pedro, do Vigário do Redentor peregrinar por este Rio, semeando fraternidade por onde passarmos.
 Que possamos ser arautos da paz e da concórdia, conclamando o mundo a viver a santidade que brota do Redentor do Homem. E, ao redor do Mestre, junto com outros jovens discípulos vindos de todos os recantos dessa Terra, diremos “Senhor, como é bom estarmos aqui” (Mt 17,4). Andem por esta cidade, testemunhem Jesus Cristo, comprometam-se com o mundo novo, contagiem a todos com a alegria e a paz de Cristo, como sentinelas da manhá, trabalhando na renovação do mundo, à luz do plano de Deus.
Vivemos este tempo forte de peregrinação porque Jesus Cristo está vivo no meio de nós, nos dá o seu Espírito Santo, e nós somos chamados a viver esta realidade e transmiti-la aos outros, de modo acessível e compreensível. Jesus Cristo é sempre atual, sobretudo para os jovens que buscam a verdade, a justiça e a paz e só podem encontrá-las em Jesus Cristo. 
Vocês, queridos jovens, são o presente esperançoso de uma sociedade que espera que sua crise de valores tenha uma solução. São chamados a formar uma nova geração que vive a fé e a transmite para a geração seguinte. Somos convidados a uma experiência de fé e dela sair revigorados! A participação na comunidade com entusiasmo será a oportunidade de, convivendo com os demais irmãos e irmãs, testemunharem que um outro mundo é possível! O primeiro peregrino, que já está entre nós, o Santo Padre, o Papa Francisco, se colocou conosco nesta caminhada e nos indicará caminhos durante estes dias. Queridos jovens: não tenham medo de abrir os seus corações para Cristo!
Temos muitas barreiras e injustiças para superar. Vamos construir pontes ao invés de muros e obstáculos. O mundo todo, através de vocês, presente nesta cidade precisa testemunhar a solidariedade, a partilha e a acolhida do amor de Cristo Redentor. É tempo de despertar confiança e esperança que se transformem em atitudes para um amanhã de luz. 
Maria, de tantos nomes e invocações, e aqui no Brasil invocada com o título de Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal, mas também Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora de Nazaré, foi e continua sendo a companheira e mãe de todos os jovens. A ela confiamos cada um de vocês para que, acolhendo o Cristo que ela nos apresenta, caminhem pelo mundo como discípulos missonários da nova evangelização, sendo protagonistas de um mundo novo, como sentinelas da manhã, despertando a esperança de um novo amanhecer: Cristo Ressuscitou e vai à nossa frente! O Espírito Santo nos iluminará em nossa vida e nos dará as luzes para que compreendamos a nossa missão de como conduzir as pessoas ao Pai.
Hoje, ao iniciarmos a Jornada, o Cristo Redentor nos diz “Venham, meus amigos!” Durante a Jornada aprenderemos a dizer “Fala, Senhor, que teu servo escuta”! E ouviremos cada vez mais o Senhor a nos dizer: “Sejam missionários”. “Ide e fazei discípulos entre as nações”! E todos nós responderemos: “Eis-nos aqui, Senhor, envia-nos!”

† Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ