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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Romaria do Padre Ibiapina reúne mais de 20 mil peregrinos



A Romaria ao Santuário de Santa Fé, no município de Solânea, reuniu mais de 20 mil pessoas, na tarde de ontem. O evento marcou os 132 anos de falecimento do Pe. Ibiapiana. Durante todo o dia diversas celebrações aconteceram e à tarde o Bispo de Guarabira, Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena presidiu a Santa Missa. Participaram mais de 32 padres da Diocese de Guarabira e de vários outros estados nordestinos.
O Pe. Ibiapina, cujo processo de beatificação tramita no Vaticano, viveu no século 19. Estava com 47 anos quando foi ordenado sacerdote e percorreu a pé e a cavalo os sertões nordestinos, onde fundava casas de caridade, acolhia órfãos e viúvas, construía Igrejas, como as de Bananeiras e Pilões, na Paraíba, e cemitérios para que os pobre fossem enterrados.
Na grande seca de 1877, quando ele já residia em Arara, não deixou que os pobres morressem de sede. Na pequena propriedade havia um açude que fornecia água para a população. “Achavam que ele estava louco”, nos conta o padre belga José Floren, atual Reitor do Santuário, pelo fato de continuar dando comida e água à população.
Quando sugeriram que interrompesse o atendimento ele disse que preferiria morrer com os pobres. “Depois disso, era perto da festa da Conceição, começou uma grande chuva, após três longos anos de seca”, nos conta o Pe. Floren.
“O programa da Caridade é morrer com os pobres  sequiosos e famintos, e não de vê-los morrer à sede a fome. Essa é a lei fundamental da Caridade”, afirmou o Pe. Ernando Teixeira, historiador, numa referencia à missão do Pe. Ibiapina.
Ontem em Santa Fé, Dom Lucena, Bispo de Guarabira, assinalou que, em momentos de grande seca como a que estamos vivenciando, a mensagem de Ibiapina é mais e mais presente: a solidariedade para com os pobres e a necessidade de preservarmos a natureza.
Na opinião do Pe, Cristiano Mufller, que viajou mais de 900 quilômetros para participar da peregrinação, o Pe. Ibiapina foi um homem à frente de seu tempo. “Ele compreendeu como pouco a mensagem do Evangelho, pois viveu com os pobres, os ajudou e ensinou a libertação. Quando os pobres não tinham onde ser enterrados, pois os ricos eram sepultados nas Igrejas, fez mutirões e construiu cemitérios”, concluiu. O Pe. Cristiano, atualmente residindo em Salvador, foi um dos fundadores da Diocese de Guarabira, ao lado de Dom Marcelo Carvalheira.
O Pe. Ibiapina morreu em 19 de fevereiro de 1883 e seu corpo está sepultado na capela da Casa de Caridade, por ele construída, em Santa Fé, O processo de beatificação está em curso e o mesmo poderá ser beatificado em 2017, quando da visita do Papa Francisco ao Brasil, durante as comemorações de Aparecida do Norte, enfatizou o Pe. Gaspar Rafael, que nos próximos dias assume o Reitorado do Santuário.





                                                                                                               Fonte: Nordeste 1


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